Se as estratégias de proteção são suas barreiras ativas — o escudo que bloqueia ataques —, as estratégias de dissuasão são sua capacidade de influenciar o comportamento do “agressor” antes mesmo de um ataque acontecer. Em outras palavras, trata-se de parecer um alvo pouco interessante, caro demais para ser explorado ou, simplesmente, não lucrativo.
No mundo da cibersegurança pessoal, dissuadir não é apenas sobre dificultar tecnicamente, mas também sobre enviar sinais — visíveis ou sutis — de que você está preparado. É como colocar uma placa de “vigilância 24h” na frente de casa: mesmo que ela não impeça um ladrão determinado, ela o faz pensar duas vezes. A segurança digital holística entende que, muitas vezes, evitar o ataque é melhor do que enfrentá-lo.
O fator humano está no centro disso. Golpistas e agentes maliciosos investem tempo em mapear alvos fáceis: perfis previsíveis, impulsivos ou desatentos. Você pode usar isso a seu favor. Mostrar um comportamento digital criterioso, evitar exposição desnecessária, manter perfis mais discretos e evitar oversharing em redes sociais são práticas simples que reduzem sua atratividade como alvo.
Dissuasão também envolve criar uma superfície de ataque mínima:
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Expor o mínimo possível de serviços à internet (desativando portas, fechando RDPs abertos, removendo software desnecessário).
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Usar aliases e emails separados para diferentes propósitos (cadastros, serviços, comunicação pessoal e profissional).
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Evitar logins por redes sociais (como “Entrar com Google ou Facebook”) que criam rastros de comportamento entre apps e plataformas.
Além disso, educação e postura crítica também dissuadem. Quando você demonstra conhecimento — em uma conversa, em um post, ou ao não cair em uma tentativa de engenharia social — você emite um sinal claro: “não sou um alvo fácil”.
Essa camada da segurança é sutil, mas poderosa. Dissuasão não é sobre esconder-se com medo — é sobre posicionar-se com consciência. Mostrar que você sabe se proteger já é, em si, uma defesa.